A HISTÓRIA DA QUINTA

Até ao final do século XVIII, o estreito desfiladeiro do Cachão da Valeira estava obstruído por uma gigante queda de água que tornava impossível navegar rio acima para zonas mais a leste.

Esta pavorosa cascata – que até ao ciclo natural da vida impunha respeito, não permitindo a desova dos peixes – constituía um intransponível obstáculo à circulação de pessoas e bens entre o Douro Superior e as terras que se situavam a jusante, incluindo o Porto e o litoral.

Uma vez que o rio era o único meio viável de transporte de vinho, pouco era o interesse do cultivo da vinha a montante deste perigoso desfiladeiro.
Só com a sua limpeza no final de 1790 se permitiram as primeiras travessias do Cachão e se começaram a ponderar certos investimentos na região do Douro Superior.

No entanto, o cruzamento destes rápidos continuava uma missão extremamente ingrata e perigosa, transformando a abertura ao Douro Superior numa aventura apenas para os mais corajosos dispostos a bravear as águas estreito afora em direção ao futuro.

Este foi o caso do Joseph Forrester – mais tarde apelidado de Barão de Forrester pelas suas contribuições como perspicaz homem de negócios e cartógrafo – e D. Antónia Adelaide Ferreira.

Esta valente senhora – e incontornável figura do Douro – foi a primeira a comprar terras no temido Douro Superior, incluindo as propriedades que hoje constituem a Quinta do Saião.

As primeiras menções bibliografadas ao Saião, enquanto lugar, aparecem precisamente num dos primeiros mapas que incluem o Douro Superior e que resultou de uma das viagens do Barão de Forrester e de Antónia Adelaide Ferreira em 1848: ponto do Saião, Ribeira do Ponto do Saião.

Desde a sua aquisição pelos descendentes de D. Antónia no final dos anos 1909 a propriedade esteve sempre em posse e administração de várias gerações da família Olazabal Ferreira.

O ano de 2012 torna-se decisivo e transforma indelevelmente o fado da propriedade e dos que lhe pertencem. Esta passa agora a ser parte integrante da História de outra emblemática família do Douro e do Vinho do Porto: a família Van Zeller.

Hoje, a família Van Zeller é proprietária e gestora da propriedade, aliando a sua paixão pelo vinho e pelo Douro Superior à capacidade de negociante. De uma vindima à outra, a tradição e a História são sempre respeitadas, mas com um olho posto no futuro. Em cada decisão, a Família Van Zeller mantém a vontade e o compromisso de continuar e prosperar o legado do Douro e levar a sua glória além-fronteiras.

História da família VZ

A história da Família Van Zeller remonta a alguns séculos, quando estes se estabeleceram como comerciantes e exportadores de Vinho do Porto na década de 20 dos anos 1600. Tornaram-se numa das famílias mais importantes e icónicas da altura, tendo uma frota de mais de 20 barcos.
Na altura, a maioria dos negociantes de Vinho do Porto, não o produziam ou engarrafavam, ao invés, eram apenas espertos negociantes ou exportadores que conheciam bem o lado comercial e económico dos negócios, mas nada sabiam da produção de vinho, concentrando a maioria das vezes os seus negócios no Porto ou em Vila Nova de Gaia de onde o Vinho do Porto seria exportado.

Na realidade, a Família VZ foi a primeira – no início dos anos 1700 – a mudar-se para montante e estabelecer-se na Região do Douro onde passaria a gerenciar a Quinta de Roriz e a controlar a produção de Vinho do Porto desde a sua génese: o crescimento da vinha e a produção de uva.

Família descende do trisavô Cristiano VanZeller teve três filhos, dois com descendência, bisavô Fernando e tia-bisavó Helena VZ que casa com António Guedes da Fonseca dono da Quinta da Aveleda.